A cólica renal em gestantes é possível sim e pode ser sinal das temidas pedras nos rins. Esse problema acontece em cerca de uma em cada 1500 gestações, e traz certas complicações justamente pelo fato de acometer a mulher em um momento em que seu corpo está mais vulnerável e com opções de tratamento mais restritas.
Como identificar as pedras nos rins?
Trata-se de uma doença comum, que afeta aproximadamente 10% da população durante a vida. Os cálculos renais, popularmente conhecidos como pedras nos rins, são massas sólidas formadas por pequenos cristais, geralmente classificados por sua localização e sua composição. Quanto à sua localização, chamam-se ureterolitíase (quando estão no ureter), uretrolitíase (uretra), nefrolitíase (rins) ou cistolitíase (bexiga). E eles podem constituir-se por cálcio, ácido úrico, estruvita e outros minerais.
A maioria deles se forma e é expelido sem ser percebido. Contudo, quando se tornam grandes demais, podem causar obstruções nos canais urinários, provocando fortes dores comparáveis à dor do parto natural.
Para o seu diagnóstico, na maioria das vezes, usamos o ultrassom, pois a tomografia deve ser evitada em gestantes.
Quais as causas das pedras nos rins?
Entre as causas mais comuns da formação de cálculos renais, podemos citar: baixa ingestão de líquidos, dieta rica em proteínas e sal, obesidade, imobilização prolongada, sedentarismo, entre outras.
Complicações para a mamãe e para o bebê
No caso das gestantes, deve-se considerar e avaliar esses fatores de risco com maior atenção, a fim de evitar a formação dos cálculos renais. A cólica renal em gestantes pode prejudicar seriamente o bem estar da mamãe e do bebê.
Durante a gestação, ocorrem diversas mudanças fisiológicas no corpo da mulher, de maneira especial em torno de todo o trato urinário. Os rins se deslocam, para dar espaço ao bebê, e crescem cerca de 1 centímetro. Essa dilatação do trato urinário superior é uma mudança importante no organismo feminino e costuma ocorrer por volta da sétima semana de gravidez em 90% das gestantes, podendo persistir até 6 semanas após o parto. Essas mudanças propiciam a liberação de cálculos já existentes nos rins.
Para as gestantes, o que torna a cólica renal algo mais preocupante, é o fato de ser mais difícil de tratar. Essa dificuldade se dá porque alguns tratamentos podem prejudicar o desenvolvimento do bebê.
Como tratar a cólica renal em gestantes?
O cuidado dispensado a uma gestante que sofre de cálculos renais deve ser maior, devido à proximidade entre os rins e o bebê. A dor abdominal característica, bem como a infecção urinária são as causas mais comuns de internação da gestante, podendo, inclusive, causar a prematuridade do parto. Isso acontece porque a cólica renal favorece a infecção urinária, que, por sua vez, aumenta a propensão ao parto prematuro.
Deve-se evitar retirar cirurgicamente as pedras nos rins durante a gestação. De modo geral, como o trato urinário já está dilatado, é muito provável que o próprio organismo consiga expelir de forma espontânea os cálculos renais. Isso ocorre em 64 a 84% dos casos.
Para alívio da dor, indica-se medicações analgésicas, antiespasmódicas, opioides e corticoides. Felizmente, apenas 15 a 30 % dos casos necessitam de uma intervenção mais invasiva, como o uso de cateter duplo J, litotripsia intracorpórea ou nefrostomia. A litotripsia extracorpórea é contra indicada para mulheres gestantes. O urologista avaliará as indicações para cada intervenção.
Se você ficou com alguma dúvida, entre em contato com o seu urologista.